O dia começou bem já que a madrugada fria deixou o grupo gelado e com
curiosidades para uma nova aventura e descoberta que esperava os aventureiros
turistas. O Ntumbanha, um dos aventureiros turistas acordou ao meio da noite
motivado pelo som noturno dos sapos, grilos, mochos pombos e pela magnífica luz
do pirilampo que iluminava o quarto da pousada onde se instalou o grupo.
Emocionado o Ntumbanha não conseguiu conter a inspiração que sentia pelo
encanto rural escreveu um poema intitulado ‘’madrugada fria’’. Levantou-se às
seis horas antes dos outros e saiu passear foi até a Ponte Bambadinca, mas no
caminho passou as tambancas de Santa Helena e de Entre Meio em busca do
contacto com a natureza. Conseguiu falar com a natureza naquela madrugada fria
e esta lhe trouxe uma visão o segredo que ele guardou só para ele. Conheceu uma
vendedeira em Santa Helena, um menino pescador de nome Kevin na bolanha de
Entre Meio, duas mulheres da etnia biafada na ponte Bambadinca que lhe
ensinaram algumas palavras em dialeto biafada (Báma e Fáma que significa Pai e Mãe).
De regresso a pousada encontrou um outro menino pescado da tabanca de Entre
Meio que conheceu em Quinhamel o famoso Fábio, este veio visitar a irmã mais
velha e também aproveitou do hábito da aldeia e foi pescar ao lago. Mas o jovem
aventureiro não deixou voltar a pousada sem primeiro conversar com os moradores
das duas tabancas ‘’quase misteriosas’’, pela curiosidade, foi conversar com um
senhor na tabanca de Entre Meio de nome Resende Dias Medina, este pela
gentileza convidou o jovem Ntumbanha a tomar um café-entremeio. Foi bom demais
ter provado e aprovado o café do senhor Medina. Na conversa percebeu que havia
uma comunidade rural de diferentes etnias entre as quais papéis (maioritária)
balantas, mansoncas, cristãos do Geba, e mandingas. Todas estas etnias viviam
em harmonia e perfeito entendimento sem contendas partilhavam uma única
bolanha. A vida comunitária e rural destes moradores não é nada fácil pois
estes vivem da plantação de arroz e doutros produtos agrícolas ou plantação de
hortaliças, da pesca e do pequeno comércio dos seus produtos. A tabanca de
Entremeio tem esse nome devido a sua localização geográfica (situada entre
Santa Helena e Bambadinca). Em Santa Helena quase se verifica a mesma realidade
com a de Entremeio tanto a nivel sociocultural quanto ambiental não há grandes
diferenças.
Depois do pequeno-almoço o grupo dos aventureiros partiu para mais uma
aventura natural, desta vez em Saltinho e Cussilinta. No caminho teve uma
paragem em Bambadinca para uma pequena compra e em seguida seguiu-se para
Saltinho aonde tem uma ponte um rio e uma pousada turística onde a natureza é o
maior fenómeno atractivo da zona. Uma perfeita harmonia natural. A natureza, o
turismo e a população curiosa do Saltinho. O Saltinho é uma zona turística que
oferece condições para o turismo de caça, pesca, natureza, ecoturismo,
aventura, rural e comunitário podendo associá-lo com o turismo solidário. A
queda da agua de Saltinho e a Ponte General Craveiro Lopes mexeram muito com os
jovens aventureiros que ficaram pasmados e estupefactos tirando fotografias em
todas aas posições e de todos os estilos. O mesmo aconteceu em Cussilinta uma
zona também encantadora que conserva uma piscina natural. Fomos curtir o
exotismo da piscina natural do Cussilinta embora o acesso ao local não era
permitido devido as condições rodoviárias e cresceu uma enorme mata pelo
caminho que não garantia mesmo a nossa entrada a zona balnearia de Cussilinta.
Mesmo assim, fomos para uma outra zona de acesso fácil acompanhado de um guia
local um camponês senhor Iaia e duma criança Ussumane, que nos seguiu de
bicicleta desde a estrada até o local. A paisagem rica linda e convidativa fez
embriagar o grupo dos aventureiros que tiravam fotografias descontroladamente.
No local um velho restaurante e hotel já em ruinas chamou atenção do grupo, mas
o que mais deixou curioso os turistas jovens é a ‘’pedra do milagre’’, ao meio
da água. Uma pedra onde se podia lançar moedas pedindo tudo quanto queria, mas
como não havia acesso a pedra tinha uma canoa misteriosa não comum das outras
que costumamos ver as moedas foram deixadas ali pois o dono da canoa levava
todas as moedas ao lugar destinado sem ousar tirar uma para o seu proveito.
Outra curiosidade que nos marcou em Cussilinta foi ter visto uma grande
serpente linda e colorida, o Ntumbanha pela sua curiosidade queria fotografa-la
mas foi interdito porque o lugar era ‘’sagrado’’ e a serpente possivelmente era
o dono daquele maravilhoso e misterioso santuário. Ela deitada e enrolada entre
uma rede de pesca artesanal mansa e quieta não se incomodou com a presença dos
aventureiros turistas estrageiros (de Bissau) que estavam na sua propriedade.
De regresso a Bantandjam o grupo foi almoçar descansar e prepara para uma
noite de animação com espetáculo do conceituado Músico Guineense Justino
Delgado no Hotel TRITON e da balada ‘’caliente’’ na Discoteca KISS. Assim, o
grupo se aprontou para a noite animada. Uma multidão encheu a parte norte do
Hotel a espera do grande momento do show Delgado e o grupo dos aventureiros
chegou no momento preciso quando já faltava pouco para iniciar o grande show.
Antes disso um grupo de músicos de Nova Geraçao animava o Público presente no
TRITON com musicas em crioulo e em outros dialetos. Poucos minutos depois o
Jujú Delgado começou o seu show cantando a voz musicas dos seus antigos Albuns
e do ultimo que lançou no mercado algo que emocionou muito o publico. Foi um
show bem ‘’caliente’’ mesmo. Os aventureiros saíram do TRITON foram terminar a
noite na discoteca KISS onde também encontrou o calor humano dos Bafatenses,
dançaram ao ritmo de House, Zouk love, Kizomba, Techno, Kuduro, etc. a noite
foi de facto maravilhoso demais!
No Domingo o último dia de Aventura em Bafatá o grupo acordou tarde demais
devido ao cansaço da noite anterior. Tendo acabado de tomar o pequeno-almoço
seguiu-se depois para Bafatá como previsto na agenda aonde foi visitar as ruas
de Bafatá, a casa de Cabral, a Fonte de Boma, a Piscina Corca Sow a Prisao 49,
o 1º Mercado de Bafatá, etc. não demorou muito e voltou para Bantandjam, para
preparar o regresso a Capital. Em Bantandjam, o grupo chegou na hora precisa do
almoço com a presença improvisada do Inspector-geral do Turismo acompanhado do
Exator das Finanças. Após o almoço o IG fez um discurso de encorajamento
dizendo que a iniciativa é louvável e não vai parar por aqui haverá mais
eventos de género. O mesmo pediu ainda que haja entendimento harmonia e solidariedade
entre as pessoas tanto no trabalho como na rua. Concluiu. Quem também falou foi
o nosso grande Conselheiro Fernando Ié na qual felicitou a organização e
encorajou os jovens a levarem a frente iniciativa como esta. Para encerrar a vice presidente da Comissão
Organizadora, Carolina Rodrigues começou agradecendo o Fernando Ié pelo apoio
prestado a C.O. esta também acha que o turismo na Guiné-Bissau a partir de
agora as pessoas dirão que um grupo de jovens fizeram algo marcante na historia
do Turismo guineense, também agradece o IG e todos os participantes na Aventura
Turística.