terça-feira, 6 de junho de 2017

QUE TURISMO PARA A GUINÉ-BISSAU?

O Turismo sempre foi visto com ‘’olho alerta’’ por alguns conservadores, activistas sociais ou naturalistas, que acreditam não existir possibilidade de um desenvolvimento turístico associado a bem da natureza e da cultura em certas zonas onde esses mesmos crêem existir a conjugação da pureza e intocabilidade.
Na Guiné-Bissau, a história não deixa-nos à margem de um desenvolvimento do turismo mais responsável e respeitador da cultura e do meio ambiente apesar de existirem opiniões adversas que ainda pretendem afastar essa actividade catalisadora da economia, factor de paz e desenvolvimento sociocultural. Claro com alguma precaução. É possível desenvolver o ecoturismo, o turismo de aventura, o turismo de descoberta e saudade em certas localidades onde a própria população não tem noção do valor que tem para promoção da sua identidade sociocultural e dos saberes dos seus ancestrais que podem servi-la de sustento para assegurar suas necessidades básicas e económicas. Estamos num período crítico do ponto de vista socioeconómico e cultural. Existem vários conceitos que definem certas sociedades e os seus comportamentos deixando ou excluindo, e tentando a todo o custo sobrepor-se as outras sociedades. Diria, neste caso a hegemonização do conceito do turismo e da subutilização de alguns mercados para fins sarcásticos. É verdade que muitos dos turistas de vários segmentos hoje em dia vão para África com a mesma finalidade, outros são amantes da natureza outros da cultura ou história, alguns são curiosos desejando descobrir os segredos da cultura ou lugares sagrados outros deslocam-se simplesmente por aventura de vários tipos. Mas o que deixa-nos mais perplexos sobretudo com a nível das zonas mais isoladas é o aproveitamento da beleza e da jovialidade em maior parte das nossas meninas ainda sem experiências em termos de relacionamento homem-mulher. Refiro-me ao avanço do turismo sexual infantil que se tem propagado na nossa costa invadindo directamente o nosso belo país. Este fenómeno que preocupa as nossas autoridades inclusive as organizações de defesa e direito das crianças, está a ter progresso em várias localidades do território por isso mesmo que as crianças hoje estão sendo sensibilizadas nas escolas nos locais de diversões e nas suas comunidades para manterem-se longe dos turistas ‘’pedófilos ou predadores de sexo’’ que deixam suas terras com o objectivo de aproveitarem-se das meninas virgens dos países onde o controlo e segurança são difíceis de se executar.

Durante a última conferência sob tema ‘’o desincentivo do turismo sexual infantil’’, organizada pelo Clube Recreativo dos Amantes do Turismo e das Viagens – CRATUVIA, em parceria com a UNICEF Guiné-Bissau e o Instituto da Mulher e Criança – IMC, recomendou-se que se faça sensibilizações nas instituições públicas e privadas para travar o avanço do TSI no país, visto que desencorajaria vários outros tipos de turistas que preferem vir conhecer ou passar as suas férias sem quaisquer tipos de constrangimentos sociais ou culturais. Esta é a afirmação e o compromisso do CRATUVIA enquanto organização social com vocação ao bem-estar das comunidades e pela autenticidade das culturas e de um turismo são e responsável, assumiu para que as pessoas que ainda não sabem do turismo e da sua importância para o país e para a sociedade. Fazendo isto, estaremos a criar mecanismos para que o futuro turístico na Guiné-Bissau seja justo e benéfico para todos.