sábado, 12 de novembro de 2016

AS PAIXÕES TURÍSTICAS DE MATO DI KON NA REGIÃO LESTE DE BAFATÁ NA GUINÉ-BISSAU

MATO DI KON
A paixão que temos pela natureza, só é possível senti-la quando estamos em contacto directo com ela. Muitos já tentaram, funestamente materializar esse pacto com a natureza sem no entanto, estarem apaixonados por ela. A natureza é uma joia que o mundo verde nos ofereceu, é uma forma de podermos partilhar amores e paixões que a vida nos deu em conciliação com as nossas aspirações.
Quero partilhar consigo, meu amigo naturalista, a paixão que sinto pela natureza e pela vida silvestre. A alegria que sentimos no riso das crianças que vivem no mundo rural inspirados pelo rigor da pele dos nossos velhos (homens e mulheres) que sentem na flor da idade a importância da vida que a mocidade não lhes deu.
Mato di Kon, uma localidade que só via na minha passagem de Bissau para Bafatá e Gabú procurando ensinar o profissionalismo turístico e hoteleiro aos aspirantes desta fileira aventureira e promissora nesta nossa pátria martirizada e abandonada pelos ‘’seus’’. Entre o verde e o incolor das objectivas fotográficas, senti o som dos pássaros como o djamba, rouxinol, rolas, cardeal guineense, cegonha, andorinhas e outras espécies que a biologia desconhece, nas ondulâncias das borboletas monarcas avermelhadas, as borboletas verdes, amarelas e pintadas, etc. Ao som do sapo, do grilo, dos crocodilos tementes a presença humana… os ornamentos florísticos espalhando o perfume a mil odores fazem do Mato di Kon, uma moldura humana e ecológica ímpar na zona Leste.
Os artefactos arqueológicos, socioculturais e paisagísticos, atraem curiosidades nunca vividas por guineenses aventureiros. ‘’Tabanka sinhu’’ com sua história e significado. Um misto de mandingas, biafadas, balantas, manjacos e felupes, proporcionam outra dimensão social e cultural dessa parte da Região de Bafatá, ao Leste de ‘’tchon di Cabral’’. Os macacos verdes que ora fogem, ora espantam mulheres nas florestas, preservaram a tradição vivida há mais de cinquenta anos, de ‘’tirar a virgindade às moças desta aldeia cujo nome provem de ‘’macaco-cão’’ (kon em crioulo).