quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

MENSAGEM ALUSIVA AO IV ANIVERSÁRIO DO CRATUVIA


CRATUVIA 15 DEZEMBRO 2016

Caros cratuvenses,

Irmãos e colegas,

Amantes das viagens e turismo.

O mundo preocupa-se com o avanço das viagens e do turismo mas igualmente, preocupa-se com os impactos que estes podem criar no ambiente na sociedade e na economia. Por isso mesmo, que os lideres de opinião internacional, lançaram recentemente em Marrocos um apelo ao desenvolvimento do turismo durável a escala nacional para que a actividade possa ser sustentável.

Sublinha esse encontro que «o turismo e a biodiversidade são aliados naturais e a OMT compromete-se nisto e mostra a grande importância levada ao cabo pela Convenção da Diversidade Biológica. Ainda diz o Secretário Executivo da organização do turismo que o Turismo pode trazer grandes benefícios e contribuir para a preservação da biodiversidade optando por outra forma durável de fazer o turismo incluindo as comunidades.»

O lema por nós escolhido este ano para comemorar a Jornada Cratuvense é, ‘‘Nosso património Nossa história’’, organizado na Cidade Norte de Farim. Isto marca o que para nós cratuvenses significa a elevação do valor patrimonial e histórico da cultura guineense. É extremamente importante para afirmação da cultura turística no nosso país, que conta com um enorme potencial quer por parte dos ecossistemas quer por parte da cultura e dos locais.

Irmãos, amigos e amantes das viagens e turismo,

Não obstante as dificuldades ou limitações financeiras que muitos dos cidadãos guineenses enfrentam ultimamente, nós estamos a fazer um grande esforço para ligar os locais turísticos com os nossos jovens cidadãos e estrangeiros, isto é através de imagens publicadas nas redes sociais e na imprensa nacional. Fazemos o impossível tornar possível deslocando pessoas de todas as classes para zonas que poucos desconhecem. Por isso, nós concebemos o conceito do TURISMO JUVENIL NACIONALISTA, com o objectivo de sensibilizar a camada jovem a se interessar pela descoberta do seu país, história e cultura. Aprendemos assim, vamos transmitir assim, até que os cidadãos ganhem a consciência da importância do Turismo e a sua consequente valorização.

«O turismo não é apenas viajar, descobrir, etc. o turismo é também amar o que nós fazemos nos lugares que visitamos. O turismo é a comunhão entre o Homem, a natureza, os locais e os factos que o faz deslocar». Esta é a nossa motivação, viagem e cumplicidade. Isto faz-nos sentir partes da natureza e da história. Somos turismólogos somos cosmopolitas que se enveredam pela paixão a humanidade e a história.

Caros estudantes, cratuvenses, amigos e amantes do turismo,

Transformemos a Guiné-Bissau num país apropriado a convergência cultural, social e económica. Somos o que somos por que fazemos o que gostamos. Por isso, não desista da sua formação sociocultural. Não desista da vontade de ser dono dos lugares que visita, faça os seus amigos, a sua família sentirem-se partes dessa verdura da natureza que o ‘’Tchon de Cabral’’ oferece. Sonhe, crie expectativas capazes de gerar rendimentos académicos e científicos mas sobretudo, faça valer a sua paixão pelas comunidades que visita, pela cultura exótica que descobre, enfim, seja dono dos lugares que a Guiné lhe apresenta e faça outros mundos conhecer o seu maravilhoso e hospitaleiro país.

 Comemoramos hoje o nosso IV aniversário, e nesses quatro anos, recordamos muitos dos que connosco já não estão, recordamos momentos que com essas pessoas partilhamos e que as marcas do tempo deixará em nós e nelas aqui e no ‘’mundo das verdades’’.

 Gostaria de terminar esta mensagem com a referência da mensagem do Secretário-geral da OMT que diz:

O potencial do turismo para o desenvolvimento sustentável é considerável. Enquanto um dos setores mais importantes em nível da criação de emprego, o turismo oferece importantes oportunidades de subsistência, ajudando a aliviar a pobreza e a impulsionar o desenvolvimento inclusivo.

Como o turismo gira em torno do encontro entre diferentes povos, o setor também tem um importante papel na promoção do entendimento multicultural e no aumento da consciência sobre a necessidade de preservar o património cultural e natural.

No momento em que o mundo se prepara para adotar uma nova agenda de desenvolvimento sustentável, devem ser reconhecidas as capacidades do turismo para criar empregos, promover culturas e produtos locais, defender a conservação e o uso sustentável dos habitats marinhos e terrestres.

Vamos trabalhar em conjunto para maximizar o imenso potencial do turismo no sentido de impulsionar o crescimento económico inclusivo, proteger o meio ambiente, promover o desenvolvimento sustentável e uma vida digna para todos.

Um bem-haja a todos os cratuvenses, aos estudantes do turismo e a todos os amantes do turismo e das viagens!

 

       Valdir da Silva

Presidente do CRATUVIA

sábado, 12 de novembro de 2016

AS PAIXÕES TURÍSTICAS DE MATO DI KON NA REGIÃO LESTE DE BAFATÁ NA GUINÉ-BISSAU

MATO DI KON
A paixão que temos pela natureza, só é possível senti-la quando estamos em contacto directo com ela. Muitos já tentaram, funestamente materializar esse pacto com a natureza sem no entanto, estarem apaixonados por ela. A natureza é uma joia que o mundo verde nos ofereceu, é uma forma de podermos partilhar amores e paixões que a vida nos deu em conciliação com as nossas aspirações.
Quero partilhar consigo, meu amigo naturalista, a paixão que sinto pela natureza e pela vida silvestre. A alegria que sentimos no riso das crianças que vivem no mundo rural inspirados pelo rigor da pele dos nossos velhos (homens e mulheres) que sentem na flor da idade a importância da vida que a mocidade não lhes deu.
Mato di Kon, uma localidade que só via na minha passagem de Bissau para Bafatá e Gabú procurando ensinar o profissionalismo turístico e hoteleiro aos aspirantes desta fileira aventureira e promissora nesta nossa pátria martirizada e abandonada pelos ‘’seus’’. Entre o verde e o incolor das objectivas fotográficas, senti o som dos pássaros como o djamba, rouxinol, rolas, cardeal guineense, cegonha, andorinhas e outras espécies que a biologia desconhece, nas ondulâncias das borboletas monarcas avermelhadas, as borboletas verdes, amarelas e pintadas, etc. Ao som do sapo, do grilo, dos crocodilos tementes a presença humana… os ornamentos florísticos espalhando o perfume a mil odores fazem do Mato di Kon, uma moldura humana e ecológica ímpar na zona Leste.
Os artefactos arqueológicos, socioculturais e paisagísticos, atraem curiosidades nunca vividas por guineenses aventureiros. ‘’Tabanka sinhu’’ com sua história e significado. Um misto de mandingas, biafadas, balantas, manjacos e felupes, proporcionam outra dimensão social e cultural dessa parte da Região de Bafatá, ao Leste de ‘’tchon di Cabral’’. Os macacos verdes que ora fogem, ora espantam mulheres nas florestas, preservaram a tradição vivida há mais de cinquenta anos, de ‘’tirar a virgindade às moças desta aldeia cujo nome provem de ‘’macaco-cão’’ (kon em crioulo).