quarta-feira, 10 de julho de 2013

MINHA CARTA: ESTA CARTA!


A minha carta
E
screvi uma carta sem saber o que queria escrever mas escrevi-a com uma intenção (quero escrever) sem justificação prévia. Escrevi, suprimi e voltei a escrever de novo, a mesma carta estava sem título, sem organização, nem direcção tinha. A minha carta queria dizer algo mas não disse-o apenas tinha letras, conjuntos de palavras com frases distorcidas. Pensei em respeitar as regras ortográficas observando igualmente os preceitos literais; nada disso aconteceu. Pensei, levantei-me sem saber o que fazer estava confuso comigo mesmo e com o teor da minha carta. Lembrei-me dos sofistas que ensinavam de cidade em cidade na antiga Grécia tentando persuadir o povo com suas teorias ilusionarias, mas não os procurei, entretanto, chamei o Sócrates para ver o que escrevi, rejeitou-me sem pilha de palavras, voltei-me ao lado oposto da cidade encontrei outro filosofo o Platão, este esquivou-se de lado nem se quer parou para ver ou ouvir-me. Oh…suspirei de tão cansado que eu estava, curvei-me à terra sentei-me com as cabeças entre os joelhos. Chorava porque fui rejeitado pelos Grandes pensadores, um outro (discípulo do Platão) me viu ao passar veio até a mim segurou-me pela mão perguntou-me com toda atenção porque chorava. Eu, simplesmente lhe respondi: ‘’escrevi uma carta pedi aos dois grandes sábios e pensadores que me mostrassem como escrever corretamente e eles me rejeitaram nem palavras me dirigiram.’’ Aristóteles me disse: ‘’a importância do saber não se encontra no que vimos e em que vimos, encontra-se naquilo que afincamos (desejamos), pois o saber é relativo ninguém detém toda a verdade do mundo.’’  
De facto, a minha carta não respeitava os padrões da literatura muito menos da ortografia mas tinha algo de importante que nem eu percebia ou via. A minha carta tinha um objectivo o único, um recado a mim mesmo pois só depois de revê-la de novo entendi que ‘’na vida tudo aprende-se mesmo com o saber em mente, o homem não é nada senão o fruto duma aprendizagem humilde reconhecendo que nada pode ou sabe se não depender do nada.’’
Simplesmente, Valdir da Silva