Numa entrevista tida com o Director Geral do Turismo, Sr. Júlio da Costa Incopté que precisou alguns aspectos constrangedores do turismo guineense mas também realçou a importância do mesmo tanto para o país como para os visitantes estrangeiro.
GT: Como
caracteriza o turismo guineense?
DGT: O turismo guineense é está numa fase embrionária quer dizer está numa fase de crescimento por causa das condições que posso dizer ideoeconómico e sócio-político do nosso país condições que colocam o nosso turismo no estado em que está hoje.
GT: Qual
é a vossa prioridade e que tipo de turismo se pode desenvolver na Guiné-Bissau?
DGT: A nossa prioridade para o sector é criar antes demais condições institucionais para ter uma máquina do desenvolvimento do turismo bem solido sem estas condições o turismo nao pode funcionar como deve ser. E, em relação a tipos de turismo que se pode praticar na Guiné-Bissau, diria eu que temos condições para desenvolver todos os tipos de turismo mas podemos dar ênfase ao eco-turismo, ao turismo de negócio e ao turismo cultural porque os outros tipos de turismo se prestarmos bem atenção já estão sendo praticados no país.
GT: Como
é que está organizada a atividade turística na Guiné-Bissau e qual é a relação
com os atores públicos e privados?
DGT: Julgo que o turismo guineense tem duas vertentes, a primeira é a vertente institucional e a segunda é a vertente publico-privado. A vertente institucional tem o papel de traçar planos, directrizes e metas, tem o papel de incentivar os nossos parceiros tem o papel de controlar o correto funcionamento e o desenvolver do nosso turismo, mas nestes aspectos estamos prepotentes por causa das condições em que se encontra a Direcção Geral do Turismo, condições logísticas e de equipamentos que tanto necessita para caminhar como deve ser. Por outro lado temos o publico-privado do qual somos obrigados a encarar como os nossos parceiros porque...digamos que a relação é ''boa mas deixa muito a desejar como sabe temos aquele problema de sempre que é a fuga ao fisco que impede uma instituição de funcionar normalmente.
GT: Sendo
que o Turismo é considerado hoje em dia um potencial suporte económico e
financeiro dos países menos desenvolvidos. Podemos contar com o apoio do
Governo para a dinamização do sector?
DGT: Bom, devíamos de facto contar com o apoio do Governo mas infelizmente os sucessivos governos que passaram por esta instituição até aqui não souberam encarar o turismo como deviam ter feito, o turismo nunca esteve situado na sua posição privilegiado como sendo um factor que contribui para o desenvolvimento de um país temos boas condições para tal mas os nossos governo nunca priorizou, mas com o actual Governo que tem uma ampla visão das vias a seguir para o desenvolvimento nós contamos que o nosso turismo vai poder avançar a partir daqui.
GT: Qual
é o peso do investimento turístico na Guiné-Bissau?
DGT: O peso do turismo na Guiné-Bissau é encarado como sendo muito baixo, porque muitos dos nossos hospedes não são considerados turistas em quanto que deviam ser tomados em conta como sabe que há varias formas de fazer o turismo, praticamente estes não são visto como tal por isso há uma fraca contribuição do turismo na balança económica do país.
GT: É
possível acreditar num investimento turismo para a Guiné-Bissau? Há interesses
manifestados pelos empresários nacionais e estrageiros para o sector?
DGT: Sim. É claro que podemos acreditar no investimento do turismo na Guiné-Bissau, temos condições para um turismo da qualidade porque a nível da sub-região não acredito um outro país que tem melhores condições do que o nosso, sendo assim podíamos ter investimento na área do turismo, mas o turismo também é um sector exigente que precisa de tranquilidade e paz para assegurar os investimentos estrangeiros no país sobretudo as condições ''sine qua non'' portanto é necessário que reine a tranquilidade no país. Em relação aos nossos empresários diria eu que talvez é por falta de visão é que faz com que até agora os nossos empresários não se mostram interessados a investirem área do turismo, infelizmente na Guiné-Bissau temos um problema que é a pretensão de pessoas a quererem investir e tirar lucros a curto prazo o que na realidade devia ser o contrario, nao se pode investir e pensar em tirar lucros a curtos prazos deve-se esperar os ganhos a medio e longo prazo.
GT: Quais
são as estratégias do governo para o desenvolvimento ou promoção da área e
quais são ou serão o público-alvo?
DGT: Nós estamos procurando colaboração com parceiros nacionais e internacionais que nos possam promover, neste sentido já estamos a assinar acordos de pareceria com organismos, empresas e empreendedores internacionais interessados no nosso país e estamos a tentar criar uma estreita relação com estes. O público estrangeiro seria um alvo prioritário para nós porque nos trariam benefícios a balança económica do país mas... também temos o publico guineense como alvo não é? Temos que começar a promover o turismo nacional e turismo domestico, temos lugares para ir visitar quer dizer, temos que começar cá dentro as deslocações para incentivar os próprios guineenses a acreditarem nas suas potencialidades turísticas
GT: Quais
são as zonas de interesses turísticos nacionais?
DGT: Praticamente em toda as províncias da Guiné-Bissau temos condições para desenvolver o turismo, as nossas regiões tem possibilidades para promover a actividade turística, na zona leste por exemplo onde se pode praticar o turismo de caça e eco-turismo, a zona sul onde se pode praticar o turismo ornitológico e eco-turismo igualmente. Mas como sabe a nossa zona insular é vista como um pólo turístico nacional com grandes potencialidades para todo o tipo de turismo e, desejamos aos turistas internacionais interessados em vir conhecer a Guiné-Bissau uma boa-vinda.
GT: Há
facilidade de acesso a estes locais?
DGT: Bom, neste aspecto temos dificuldades as nossas infraestruturas rodoviárias sobretudo no interior do país ainda deixa muito a desejar para além do que muitos locais considerados de interesses turísticos estão localizados a uma certa distancia que pode não ser motivadora para um turista sobretudo estrangeiro, mas temos que trabalhar a nível do governo para colmatar essas dificuldades pois que o turismo é um sector promissor. Em relação portanto as Ilhas dos Bijagós há problemas apesar de existirem barcos que ligam a capital e as ilhas mesmo assim temos que fazer esforços para que haja lanchas rápidas e embarcações especiais para o sector afim de transportar os nossos visitantes-turistas.
GT: Quer deixar uma
mensagem aos internautas amantes do turismo?
DGT: Bom, a minha mensagem que queria deixar neste sentido é de dizer aos internautas aos turistas estrangeiros e aos amantes do turismo que confiem nas perspectivas do nosso país, uma coisa que sabemos é que a Guiné-Bissau tem condições para o turismo isto, praticamente todo o mundo sabe disso, mesmo os investigadores, mas está impingida na mente dos estrangeiros que a Guiné-Bissau é um país de risco por isso não há tanta afluência no país mas eu gostaria de dizer-lhes que o país está a ter um rumo de desenvolvimento que já deixa uma certa confiança internacionalmente e nao precisam ter medos apesar das contra-informações dos media, mas são coisas que na verdade não corresponde verdade. O guineense nunca trata mal o estrangeiro por isso eu digo aos turistas estrangeiros que venham para a Guiné-Bissau. Também gostaria de incentivar aos nossos irmãos guineenses os amantes do turismo que comecem a se interessar pelo turismo e aos empresários que tenham fé na no país e que invistam no sector porque temos condições para tal.
Valdir da Silva 2012